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Tsipras ao poder

Tsipras: "A Esquerda Europeia será a grande surpresa destas eleições"

 

O candidato do Partido da Esquerda Europeia à presidência da Comissão participou na conferência sobre as alternativas à dívida e austeridade em Bruxelas. Marisa Matias, Francisco Louçã e Ricardo Cabral foram os conferencistas portugueses.

conferência organizada pelo Partido da Esquerda Europeia, de que o Bloco de Esquerda é membro, teve lugar esta quinta-feira em Bruxelas. Na agenda do encontro esteve a análise da crise e a ligação entre a crise da dívida e a do sistema financeiro, bem como da intervenção da troika e a união bancária. Em seguida discutiram-se os objetivos da Esquerda Europeia para a transformação social na Europa e a redução das desigualdades. Ao final da tarde, o programa prevê o debate sobre as alternativas e as experiências da América Latina e da Islândia.

O vice-reitor da Universidade da Madeira foi um dos conferencistas do primeiro painel da conferência. A par de Ricardo Cabral, também Francisco Louçã e Marisa Matias intervieram, à semelhança de deputados nacionais e europeus de outros países e responsáveis por institutos como o Nikos Pulantzas ou a New Economics Foundation. Alexis Tsipras fez a conferência de abertura e falou aos jornalistas ao princípio da tarde para fazer o primeiro balanço do encontro, sublinhando que os últimos anos de austeridade provaram que "o remédio foi pior que a doença", com a imposição de uma catástrofe social nos países sob tutela da troika e dos mercados financeiros.

"Quatro anos depois da implementação da austeridade, a Grécia vive uma catástrofe social, com 30% de desemprego e 60% de desemprego jovem. Não creio que isto seja um sucesso para quem quer que seja".

Comentando o "regresso aos mercados" da Grécia, que acaba de emitir 3 mil milhões a cinco anos pagando 5% de juros, Tsipras considerou que "é muito estranho esta confiança dos mercados quando a dívida ultrapassa os 175% do PIB". O líder do Syriza recordou como o governo dizia ser "muito difícil ir aos mercados quando o juro era de 5%", tendo agora feito exatamente isso. "Quatro anos depois da implementação da austeridade, a Grécia vive uma catástrofe social, com 30% de desemprego e 60% de desemprego jovem. Não creio que isto seja um sucesso para quem quer que seja",  rematou Alexis Tsipras.

"Com este memorando teremos de pagar 62 mil milhões de euros até ao fim da década. Não há aqui nenhuma história de sucesso. A crise foi uma oportunidade para o capitalismo de casino aproveitar estas reformas estruturais e lucrarem ainda mais com a redução dos custos de trabalho", explicou o candidato à presidência da Comissão Europeia numa altura em que o Syriza surge na frente das sondagens para as eleições europeias na Grécia.

"Debate Juncker-Schulz? Preferia ver o Atlético de Madrid-Barcelona..."

Questionado pelos jornalistas se tinha assistido ao debate televisivo na quarta-feira entre os seus adversários do Partido Popular Europeu (Jean-Claude Juncker) e do Partido Socialista Europeu (Martin Schulz) na corrida à sucessão de Durão Barroso, Alexis Tsipras respondeu com humor, revelando que preferia ver o jogo do Atlético de Madrid contra o Barcelona, pois no debate "não havia verdadeira competição, uma vez que ambos seguem a mesma linha política para o futuro europeu". 

"A Europa está na encruzilhada: se queremos recuperar a democracia e a capacidade de decidir sobre o futuro, temos de parar os programas de austeridade". 

Tsipras acrescentou que nas eleições de 25 de maio "a Esquerda Europeia será a grande surpresa, porque se opôs à austeridade nos últimos anos e apresenta alternativas". O candidato do PEE à Comissão defendeu que "a Europa está na encruzilhada: se queremos recuperar a democracia e a capacidade de decidir sobre o futuro, temos de parar os programas de austeridade". 

"Temos uma grande oportunidade nas eleições europeias de 25 de maio para alterar os equilíbrios na Europa, já que não votamos apenas para eleger eurodeputados, votamos pelas nossas vidas", prosseguiu Alexis Tsipras, garantindo que "a proposta da Esquerda Europeia é realista e dá uma solução para parar as medidas catastróficas da austeridade e recuperar a democracia". 

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