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Seixal- Um partido acossado

Fruto do bom trabalho desenvolvido nesta legislatura, o Bloco de Esquerda está hoje em condições de retirar a maioria absoluta à CDU no Seixal. Os comunistas começam a sentir a pressão, só assim se compreende que o próprio Jerónimo de Sousa tenha vindo atacar o BE pela sua forma de fazer oposição na Margem Sul:

«Quase que não se lhes pode tocar (BE) que ficam logo ofendidos. Mas vir aqui para a Margem Sul dizer que o adversário principal é a CDU, que o que é preciso é retirar maiorias absolutas à CDU, aqui no Seixal ou em Almada, estão a demonstrar que para eles o adversário principal é a CDU. Para eles a direita, o PS, não importa.»

As declarações do secretário-geral do PCP constituem a prova de que as concelhias bloquistas de Almada e do Seixal têm imprimido uma dinâmica especial à vida autárquica. Desde sessões públicas em diversas freguesias a distribuições de panfletos com as posições políticas adoptadas, o BE começa a ser um partido notado por não fazer campanha apenas na véspera das eleições. Cada vez mais, a maioria absoluta da CDU parece um gigante com pés de barro. O desgaste, inevitável ao fim de 41 anos no poder, reflecte-se nos seus protagonistas: em Fernão Ferro, Carlos Reis nada contra a corrente e no Seixal vemos em Joaquim Santos um mero executor da austeridade aplicada à realidade local. E tudo porque o seu antecessor, Alfredo Monteiro, negociou duas Parcerias Público-Privadas com o Grupo A. Silva & Silva. O PCP nacional diaboliza as PPP, mas fez duas bem ruinosas no Seixal. A população não compreende como pôde um município gastar os seus parcos recursos no arrendamento (!!!) dos Serviços Operacionais e dos Serviços Centrais, ficando com uma dívida monstruosa para pagar. Os edifícios nem sequer pertencem à câmara, pelo que tudo não passará de uma negociata que já chamou a atenção do Tribunal de Contas. Convém referir que o Bloco foi o único partido na Assembleia Municipal a votar contra a PPP dos Serviços Centrais (e a dos Serviços Operacionais só não mereceu igual voto, porque à época não tínhamos representantes nesse órgão). São 41 anos de maioria absoluta, estamos fartos. Estamos fartos do desleixo que vemos todos os dias nas ruas; estamos fartos de ver os recursos do município desviados para as manifs da CGTP e do PCP; estamos fartos de ser o tacho onde caem todos os comunistas do país; estamos fartos da censura à oposição e das fotos cortadas no Boletim Municipal; estamos fartos de ver Vale de Chícharos às escuras; estamos fartos do Grupo Barraqueiro. O Seixal devia ser de quem aqui vive, não uma coutada de um partido com muita teoria e pouca prática. O comunismo do PCP na Margem Sul é a perpetuação de uma casta e a sujeição do povo ao pagamento de impostos. Uma maioria absoluta que está presa apenas por 22 658 votos num universo de 134 303 eleitores, não merece ser levada a sério. Nas próximas autárquicas, os Seixalenses não podem dizer que não sabem ou não ouviram falar: ao longo destes anos, o BE passou a mensagem de que o poder absoluto corrompe absolutamente.

A alternativa é pois o Bloco de Esquerda.

Votem no Bloco contra a maioria absoluta.