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Schulz desiste da corrida a chanceler

Schulz desiste da corrida a chanceler Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, não se irá candidatar contra Angela Merkel, que enfrenta críticas da direita pelas políticas de imigração. Partido irmão da CDU de Merkel na Bavaria quer enviar refugiados salvos do mar para África. 30 de Dezembro, 2016 - 13:50h

Martin Schulz, do partido social-democrata SPD anunciou que iria deixar a presidência do Parlamento Europeu para regressar ao palco político nacional. Ao que tudo indicava, Schultz pretendia candidatar-se contra Angela Merkel nas eleições para chanceler em setembro do próximo ano, mas, segundo o Der Spiegel, desistiu da corrida. Merkel candidata-se a um quarto mandato e, perante a desistência de Schulz, no campo centrista poderá concorrer contra Sigmar Gabriel, atual presidente do SPD.

Críticas da direita contra os refugiados, partido de extrema direita continua a crescer

A notícia surge no momento em que o partido conservador União Social Cristã da Bavária (CSU, sigla em alemão), o partido-irmão do partido de Merkel CDU, emitiu um comunicado exigindo uma alteração das políticas que permitem que os refugiados salvos do Mar Mediterrâneo fiquem na Europa.

A CSU dá desta forma voz às críticas por parte da direita conservadora à política adotada por Merkel de manter as fronteiras alemãs abertas a refugiados (o país já recebeu 1.1 milhão de refugiados). Sobretudo desde o ataque no mercado de Natal em Berlim, os setores mais xenófobos da sociedade têm-se manifestado contra a política de imigração da CDU e o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) está a ganhar cada vez mais apoio.

Mas estas críticas não vêm só de fora do partido, o próprio ministro do Interior de Merkel, Thomas de Maiziere, também da CDU, propôs em outubro que os imigrantes fossem enviados para África, onde deveriam permanecer enquanto representantes da Europa estudavam cada caso de pedido de asilo.

2016 foi mais um ano catastrófico no Mediterrâneo

As medidas que têm sido adotadas pelos países da União Europeia para receber refugiados são claramente insuficientes e desumanas. Pelo menos 5 mil pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo este ano, um número ainda superior às já devastadoras 3.800 mortes de 2015, segundo dados da Organização Internacional para a Migração. Este organismo estima que 358.403 migrantes tenham entrado na Europa ao longo do ano de 2016 através do mar, a maior parte dos quais chegaram a Itália ou à Grécia.
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