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Mina de urânio junto à fronteira pode ter impacto em Portugal

Mina de urânio junto à fronteira pode ter impacto em Portugal Recomendação apresentada pelo Bloco de Esquerda apela ao Governo para que este atue junto do Estado espanhol no sentido de impedir instalação de mina de urânio em Salamanca. 11 de Março, 2018 - 12:00h

O Bloco de Esquerda apresentou na passada semana, na Assembleia da República, um projeto de resolução que recomenda ao Governo que tome “todas as diligências junto do governo espanhol no sentido de garantir a não instalação da mina de urânio de Retortillo-Santidad” (em Salamanca). Esta recomendação, a ser votada na próxima semana, surge devido aos vários “riscos para a saúde pública e para os ecossistemas” associados as minas de urânio.

O projeto quer que o Governo “exija” a Espanha “a realização da avaliação de impacto ambiental transfronteiriço e recorra para esse efeito a todos os mecanismos bilaterais e europeus disponíveis”, uma vez que uma mina de urânio a céu aberto e próxima de Portugal poderá, também, afetar o país.

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Lembrando que “o Governo já declarou que o Estado espanhol não está a cumprir o Protocolo de Atuação”, o Bloco de Esquerda considera que “são necessárias consequências mais efetivas por parte do Estado português”.

Segundo notícia do jornal Expresso, a mina projetada pela empresa mineira Berkeley para Retortillo-Santidad, a cerca de 40 quilómetros da fronteira com Portugal, ficará junto ao rio Yeltes, que é um afluente Huebra, que desagua no Douro. Por esse motivo, existem riscos de contaminação pelo ar e pela água, sobretudo para os concelhos raianos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e Freixo de Espada à Cinta, assim como para outros municípios banhados pelos rio Douro. A Agência Portuguesa do Ambiente já reconheceu que o projeto “é suscetível de causar impacto em território português”.

Manifestação deste sábado, em Salamanca, juntou cerca de 3 mil pessoas, do Estado espanhol e também de Portugal.Foto de Romão Ramos.
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O deputado Pedro Soares já tinha marcado presença numa manifestação, a 24 de fevereiro, contra a instalação da mina de urânio, apelando a que se exigisse ao governo de Rajoy “o cumprimento das normas internacionais”. Essa manifestação juntou cerca de 3 mil pessoas, do Estado espanhol e também de Portugal.