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Madeira: Árvore de grande porte cai sobre pessoas concentradas em arraial

ARTIGO / SOCIEDADE / MADEIRA: ÁRVORE DE GRANDE PORTE CAI SOBRE PESSOAS CONCENTRADAS EM ARRAIAL Madeira: Árvore de grande porte cai sobre pessoas concentradas em arraial Uma árvore de grande porte caiu sobre pessoas concentradas no arraial na freguesia do Monte, na maior festa da Região. A tragédia provocou 13 mortos e 50 feridos. Bloco Madeira manifesta pesar. 15 de Agosto, 2017 - 19:39h

 
Nesta terça-feira, 15 de agosto, uma árvore de grande porte caiu no Largo da Fonte, na freguesia do Monte, na Madeira, quando decorria a festa em honra da padroeira da ilha e num local onde se concentram muitas pessoas para participar na festa. O arraial do Monte é considerado a maior festa da Região.

Segundo a Lusa, a tragédia ocorreu cerca das 12h e provocou 13 mortos e 50 feridos. Dez das vítimas morreram no local e as restantes três faleceram no hospital.

O governo regional da Madeira, “considerando os trágicos acontecimentos ocorridos hoje na freguesia do Monte, no concelho do Funchal, do qual resultaram 13 vítimas mortais e 50 feridos”, decretou três dias de luto regional, nos dias 16, 17 e 18 de agosto.

A árvore que caiu é um carvalho e não estava amarrada

Citando moradores da freguesia, a agência Lusa referiu que a árvore estava amarrada há dois anos e o tronco estava oco. Em conferência de imprensa, Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal, desmentiu esta versão.

O presidente da Câmara do Funchal declarou, segundo a Lusa, que a árvore que caiu “nunca esteve sinalizada como em perigo de queda e também nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate, por parte de instituições públicas, mormente da junta de freguesia do Monte, do proprietário do terreno, nem dos cidadãos”

“A árvore que caiu hoje é um carvalho, não um plátano [...]. Apresentava uma copa verde e saudável, não aparentando qualquer anomalia fitossanitária”, disse também Paulo Cafôfo.

Paulo Cafôfo acrescentou também que “a árvore que caiu não estava amarrada a qualquer cabo”, referindo ainda que o Largo da Fonte “padece de um problema histórico de ramagens de plátanos, com o qual a Câmara do Funchal tem vindo a lidar de forma responsável ao longo dos últimos anos”.

“A Câmara Municipal do Funchal assumirá todas aquelas que forem as suas responsabilidades”, declarou também o presidente do executivo municipal, afirmando: “Assumo, pessoalmente, que tudo faremos na prossecução das respostas que se exigem e no esclarecimento rigoroso, transparente e cabal daquilo que aconteceu hoje no Monte”. Disse ainda que será efetuada uma peritagem, “a partir de amanhã [quarta-feira], por uma empresa especializada, em parceria com uma técnica do Instituto Superior de Agronomia” e concluiu: “Não há palavras para exprimir o choque e o sofrimento que volta a assolar o concelho em mais este momento de perda coletiva”.

Bloco de Esquerda da Madeira manifesta pesar

Em comunicado (acessível em madeira.bloco.org (link is external)), o Bloco de Esquerda da Madeira “manifesta pesar pelas vítimas de acidente na Freguesia do Monte”.

“A perda de vidas humanas e as dezenas de feridos verificados, após a queda de uma árvore no Largo da Fonte, é uma tragédia que deixou consternada toda a população madeirense”, refere o comunicado, endereçando “as mais sentidas condolências às famílias enlutadas” e fazendo “votos de rápida recuperação dos feridos que recebem tratamento no Hospital Dr. Nélio Mendonça”.

“O Luto e a necessária ajuda aos familiares das vítimas são, neste momento, as grandes prioridades de todos quantos sofrem com esta tragédia, sem prejuízo de ulteriores apuramentos das causas desta calamidade que voltou a abater-se sobre a Madeira”, aponta ainda o comunicado do Bloco Madeira.

Sete pessoas continuam internadas

Segundo disse à Lusa uma fonte hospitalar, na manhã desta quarta-feira, 16 de agosto, a maioria das pessoas feridas no trágico acidente já teve alta, mantendo-se sete pessoas internadas no hospital do Funchal, uma das quais nos cuidados intensivos.

As sete pessoas internadas sofrem fraturas múltiplas, cinco são adultos e duas são crianças. Um dos adultos é de nacionalidade francesa.

"As crianças encontram-se no serviço de observação da pediatria, uma francesa com dois anos de idade que sofreu um traumatismo craniano e da face e uma criança com 14 anos com traumatismo abdominal fechado", disse à Lusa Miguel Reis, adjunto da direção clínica do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira.

Miguel Reis disse ainda que, em relação às treze pessoas que morreram na tragédia, oito são do sexo feminino e cinco do masculino, com idades compreendidas entre os 28 e 59 anos e uma criança de um ano. Quanto a nacionalidades, há duas mulheres estrangeiras: uma francesa (de 42 anos) e uma húngara (de 31 anos).

Notícia atualizada no dia 16 de agosto às 13.45h