
Catarina: Perdas do Novo Banco estão “às costas dos contribuintes”
A sala da Incrível Almadense encheu para o comício do Bloco de Esquerda. Catarina Martins diz que já e oficial a fatura que os contribuintes vão pagar pela resolução do BES e atacou os que veem “estabilidade” nos números da emigração, acima de 100 mil a cada ano que passa.
1 de Outubro, 2015 - 01:14h
O disparar do défice de 2014 por causa do Novo Banco regressou à campanha com a divulgação de um relatório técnico europeu a confirmar que afinal os 4.9 mil milhões de euros injetados no banco são dívida pública, pelo que o défice é real e não apenas “contabilístico”, como dizia o governo e os responsáveis da Comissão que vieram em seu auxílio. "Quando é preciso salvar a austeridade a Comissão Europeia vem sempre em recurso do Governo", registou Catarina Martins.
O que o relatório veio dizer, prosseguiu a porta-voz bloquista, é que os 7.2% de défice do ano passado é “despesa posta às costas dos contribuintes que em 6 anos foram chamados a pagar 6 bancos. E por muito que nos digam que é contabilístico, sabemos nas nossas vidas que ele saiu das carteiras de quem trabalha”.
O combate ao argumento da direita sobre a estabilidade foi outro dos destaques do discurso de Catarina Martins, a propósito dos números da emigração em 2014, publicados na véspera pelo Observatório da Emigração. Catarina diz ter ficado surpresa com os títulos das notícias sobre esse relatório.
"Os títulos das notícias dizem que ‘a emigração estabilizou em 110 mil por ano’. Desculpem? Há alguma estabilidade para um país que perde 110 mil pessoas para a emigração a cada ano?”, questionou. Para Catarina Martins, “quando aceitamos esta retórica estamos a aceitar que o futuro do nosso país é inexoravelmente esvaziar-se de gente. E nós não aceitamos a estabilização das gerações obrigadas a sair de Portugal”.
“É contra a normalização da desistência que estamos nestas eleições. Não desistimos desse futuro”, acrescentou a porta-voz do Bloco, antes de apelar ao voto “de quem não permite que a pensão dos seus pais e avós seja assaltada, de quem se sacrificou para ver os filhos com uma vida melhor e não se resigna ao vê-los voltar a casa ou a sair do país”. “Domingo é dia de votar, e desta vez vai ser Bloco de Esquerda!”, concluiu.