Greve nos TST tem grande adesão Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) fazem uma greve de 48 horas, por melhores salários. O protesto tem adesão superior a 80%, segundo o sindicato, indicando o “enorme descontentamento” dos trabalhadores contra os “salários miseráveis”. 14 de Março, 2019 - 16:21h
Os trabalhadores da TST paralisam 48 horas, reivindicando aumento de salários, melhores condições de trabalho, cumprimento do acordo de empresa e reabertura de negociações, “contra a prepotência da administração”. A paralisação teve início às 3h de 13 de março e prolonga-se até às 3h de dia 15 de março. A TST pertence atualmente ao grupo Arriva e desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos, designadamente Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal. Em nota publicada nesta quarta-feira, o site da Fectrans (federação de sindicatos dos transportes e comunicações) assinala que a greve teve adesão superior a 80%, expressando o “enorme descontentamento” dos trabalhadores pela degradação salarial, imposta por “sucessivos atos de gestão”. Em declarações à Lusa, João Saúde da Fectrans afirmou que foi “uma grande paralisação” e que houve “um grande plenário nas instalações da empresa”. O dirigente sindical referiu também que a greve teve um “grande impacto” no serviço da empresa. "Está a ser um pandemónio total, com uma empresa destas a parar 85 a 90%. O terminal de Cacilhas, o principal da empresa, está completamente deserto. Em Almada é onde está a haver uma maior adesão, mas também em Setúbal", explicou. João Saúde frisou que "os motivos [do protesto] prendem-se essencialmente com os baixos salários, ou melhor dizendo, com os salários miseráveis que os trabalhadores da TST usufruem. Não há trabalhador nenhum que consiga viver com seiscentos e poucos euros. E para fazer face à vida têm que estar agarrados a um volante noite e dia, ou seja, a sobrecarga horária para poderem receber mais algum". O dirigente sindical salientou também que os trabalhadores dos TST têm os mais baixos salários do setor na região. "Os trabalhadores estão a ficar cansados disto, até porque veem os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa a ganhar muito mais que eles, nem vamos falar da Carris. Veem os trabalhadores do grupo Barraqueiro a ganhar muito mais que eles, da Eva Transportes, da Rodoviária do Alentejo, da Rodoviária do Tejo. Tudo isto aumenta o descontentamento, porque veem os camaradas de trabalho da mesma profissão, em outras empresas aqui da zona, a ganharem muito mais do que eles", sublinhou à Lusa. O sindicalista assinalou ainda que a TST está a pagar o trabalho extraordinário "em valor abaixo do que determina o Acordo de Empresa", o que está a levar os trabalhadores a "desvincularem-se da TST e procurarem trabalho em outras empresas". Nesta quinta-feira, os trabalhadores voltam a concentrar-se na sede, tendo uma delegação dos seus órgãos representativos entregado uma nova proposta à administração para revisão do Acordo de Empresa. Segundo a Lusa, os trabalhadores reuniram-se com a administração da TST, no passado dia 23 de janeiro, para negociar a revisão do Acordo de Empresa, em que lhes foi proposto o aumento do salário de 651,61 euros para 670 euros, além do acréscimo de 0,91 cêntimos nas diuturnidades e de mais cinco euros no trabalho em dia de folga, passando a receber 42,50 euros. Os trabalhadores consideraram que a proposta era insuficiente e prosseguiram a luta por melhores salários, como se verificou nesta paralisação de 48 horas. Termos relacionados Sociedade