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Esta UE tem que ser Refundada

“A UE é uma política neoliberal que mata as nossas democracias” Catarina Martins participou este sábado num comício em Madrid com Pablo Iglesias, Owen Jones e outras figuras da esquerda europeia. Veja aqui o vídeo da intervenção. 23 de Abril, 2017 - 00:17h

No seu discurso no comício de encerramento da conferência “Pontes, não Muros”, Catarina Martins falou da situação política portuguesa desde as últimas eleições, com o fim dos cortes nos salários e pensões e a paragem das privatizações de serviços públicos. “Não é o governo que nós queríamos nem o que precisávamos, mas é uma conquista“, afirmou Catarina, destacando que Portugal é “hoje um dos países europeus com uma lei mais avançada nos direitos das mulheres e nos direitos das pessoas LGBT”. “Cada vez que fizemos uma política para melhorar salários ou parar uma privatização, a União Europeia diz que não pode ser. E é preciso todos os dias fazer algo que a UE não quer para defender quem vive nos nossos países”, prosseguiu Catarina, defendendo é preciso que “o nosso país use a riqueza que produz para o seu povo e não à banca internacional”, o que não acontecerá enquanto houver um governo que não desobedeça à UE. “A UE é uma política neoliberal que mata as nossas democracias”, resumiu Catarina, referindo-se com tratados europeus que impedem o controlo público da banca ou impõem as privatizações. “Estas decisões deviam ser nossas e não de banqueiros da Goldman Sachs que estão na UE”, argumentou, defendendo que é preciso desobedecer à UE.

“Dizem-nos que temos de escolher entre a UE que nos mata devagar ou uma extrema direita que nos mata depressa”, prosseguiu a coordenadora do Bloco, acusando os socialistas europeus de terem “falhado aos seus povos”. “Falharam porque quem manda neles é o poder económico e não o povo”, acrescentou. “Quando a extrema-direita fala, tem um discurso simples, mas mentiroso, de dizer a quem está mal que a culpa é de quem está pior”, prosseguiu Catarina, referindo-se também aos ataques da administração Trump aos direitos sociais e à ciência e às eleições presidenciais francesas”. “Amanhã em França também se decide o futuro da Europa. E estamos solidários com a França Insubmissa e a olhar para o que daí virá”, concluiu a coordenadora do Bloco. O comício contou com intervenções de Pablo Iglesias, Marina Albiol, Owen Jones, Winnie Wong, Miguel Urbán e Omar Slaouti.