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Emigrantes "à força"

“Emigramos mas não desistimos”, afirmam jovens emigrantes “à força”

 

“Esse País também é nosso: Emigramos mas não desistimos” é o título do manifesto publicado por um grupo de jovens e é também uma petição que está a recolher assinaturas na internet. No documento referem “longe do país, queremos continuar a fazer parte da solução para os seus problemas” e apontam: “As eleições europeias do próximo dia 25 de Maio representam uma oportunidade única para colocarmos em xeque o poder do campo austeritário”.

11 de Abril, 2014

 

O manifesto, que é também uma petição, tem página no facebook.

No documento é assinalado que “em Portugal, as pessoas passam tempos difíceis”, que a União Europeia (UE) se tornou “uma fábrica de austeridade, que só produz mais pobres, desempregados e desunião entre os países”, que o “caminho do empobrecimento” foi seguido “de forma fiel” pelo governo PSD/CDS-PP e que “não apresenta qualquer esperança para quem permanece em Portugal”.

Referindo que encontraram “fora do nosso país a oportunidade que nele nos foi negada”, as pessoas que subscrevem o manifesto afirmam que “o desafio de uma insurgência cidadã, que teve expressão nas grandes manifestações contra a troika, pode e deve vencer a política do medo” e, citando Alexis Tsipras, indicam: “o resultado político da mobilização dos cidadãos frente à obscura Europa do neoliberalismo e da austeridade joga-se, em grande parte, nas próximas eleições europeias de Maio. As condições políticas podem e devem mudar com o voto dos cidadãos, para que termine de uma vez por todas o austericídio”.

Em declarações à agência Lusa, Rodrigo Rivera, que emigrou para o Brasil em setembro passado, disse que a ideia de lançar o manifesto surgiu da vontade de jovens emigrados “à força” de “fazerem alguma coisa” pelo seu país, numa altura em que se aproximam as eleições europeias (25 de maio).

Rodrigo Rivera diz que se está a falar pouco das pessoas que foram obrigadas a ser emigrantes “à força” e que consideram “importante pautar as eleições europeias” com esta temática.

“Somos todos jovens qualificados, nalguns casos ainda estudantes, e não encontramos nenhuma saída profissional em Portugal que seja digna”, disse Rodrigo Rivera à Lusa, salientando que há muitos jovens com mestrados, doutoramentos e que ”não conseguem encontrar um trabalho que pague mais de 500 ou 600 euros e, provavelmente, não é na área deles”.

Rodrigo Rivera disse ainda à Lusa que o objetivo do manifesto é “chegar a muito mais gente”, porque “a realidade da emigração em Portugal é avassaladora neste momento” e “tem que haver uma resposta política séria a esta situação”.

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