
Jornadas parlamentares em defesa de mais investimento no Algarve As assimetrias regionais e a valorização dos serviços públicos são os temas fortes das jornadas parlamentares bloquistas que arrancam sexta-feira. 1 de Junho, 2017 - 16:13h
“Há muito por resolver no Algarve, nos serviços públicos e na saúde em particular, na mobilidade, na necessidade de valorizar os seus recursos”, afirmou o líder parlamentar do Bloco na apresentação do programa das jornadas parlamentares do partido, que decorrem esta sexta-feira e sábado no Algarve.
O programa inclui “mais de uma dezena de visitas a todos os setores de atividade, garantindo que não há área que escape às propostas do grupo parlamentar do Bloco”, declarou Pedro Filipe Soares.
Esta sexta-feira, o grupo parlamentar do Bloco conta com visitas e reuniões com pescadores da Docapesca de Portimão, no Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel, com a Proteção Civil em Loulé, na Lagoa dos Salgados ameaçada por um projeto urbanístico em área protegida, nas oficinas da CP com os trabalhadores, em Tavira para debater a Cidade Romana da Balsa, na Escola Secundária Francisco Fernandes Lopes, em Olhão, com as organizações representativas dos trabalhadores no aeroporto de Faro, no hospital de Portimão e com o Sindicato dos Bombeiros Profissionais em Faro.
Para o sábado de manhã está marcada uma marcha na Estrada Nacional 125 contra as portagens na A22, que arranca às 10h30 entre a rotunda da antiga EDP e a rotunda da FATACIL, em Lagoa.
“É necessário fazer mais por uma maior equidade entre os cidadãos e as cidadãs do país. O Algarve, sendo uma região mais periférica, tem dificuldades em muitos serviços públicos. Nas visitas que faremos aos serviços de saúde, demonstraremos como é necessário mais investimento para garantir direitos à população”, afirmou Pedro Filipe Soares.
As jornadas pretendem também “valorizar o setor primário, “mostrando que há uma indústria que pode e deve ser diversificada, garantindo também a criação de postos de trabalho e a valorização do tecido económico, prosseguiu o líder parlamentar do Bloco, destacando ainda o problema da mobilidade na região. “O Algarve tem problemas na ferrovia, de acesso a serviços públicos de transporte, e tem problemas decorrentes da introdução de portagens na A22”, afirmou Pedro Filipe Soares, acrescentando que a marcha na EN 125 que contará com a presença de todo o grupo parlamentar do Bloco servirá para mostrar que aquela estrada “não é alternativa nenhuma e que isso devia resultar no fim das portagens na A22”.
Bloco/Algarve quer “mais ação e menos palavras” para acabar com atentados ambientais
Em comunicado, o Secretariado da Coordenadora Distrital de Faro do Bloco de Esquerda reagiu à recente visita à região da Secretária de Estado do Turismo para a a assinatura de um protocolo para a instalação de postos de carregamento de automóveis elétricos. Nessa altura, Ana Mendes Godinho terá afirmado que o Algarve tem todas as condições para ser líder mundial do turismo sustentável.
Para o Bloco/Algarve, “a sustentabilidade ambiental, fundamental para preservar as condições ambientais, paisagísticas e até climatéricas que atraem os turistas para a região, não se limita a ser uma questão de postos de carregamento de veículos elétricos”, que mais não é do que “uma gota de água num oceano de coisas por fazer”.
“É preciso não esquecer que, apesar de felizmente terem sido anuladas várias licenças de prospeção e exploração petrolífera, ainda existem algumas em vigor a que é fundamental dar o mesmo destino das restantes. É preciso não escamotear que a especulação imobiliária está de volta e em força, cobiçando algumas das poucas zonas ainda razoavelmente preservadas do litoral algarvio, com especial gravidade e urgência para o empreendimento previsto para a Lagoa dos Salgados, entre Silves e Albufeira, que apesar de ser apresentado como “ecológico” se prepara para destruir uma das principais zonas húmidas de água salgada do litoral a sul do Tejo”, refere ainda o comunicado.
O Bloco/Algarve diz que gostaria de ver por parte do governo “mais ação concreta e menos palavras para pôr fim aos piores desmandos e impedir de facto a continuada degradação da qualidade ambiental e paisagística na região”, para além de “regras firmes e compreensíveis por todos contra a construção em cordões dunares, medida elementar de precaução contra os efeitos do aquecimento global, em vez das ambiguidades atuais, que parecem só a travar quando a construção não é levada a cabo por entidades com poder económico”.
“Sem ação concreta e eficaz, um dia, muito em breve, descobriremos que o Algarve já não tem quaisquer condições para ser líder mundial do turismo sustentável. E então de nada valerá chorar sobre o leite derramado”, conclui a direção bloquista algarvia.