Share |

BE e João Semedo à conquista da Câmara do Porto

João Semedo indicado como candidato à Câmara do Porto pelos militantes do Bloco O plenário concelhio do Porto do Bloco de Esquerda indicou o ex-coordenador do partido para a candidatura à autarquia. João Teixeira Lopes irá encabeçar a lista à Assembleia Municipal. 3 de Março, 2017 - 23:08h

A assembleia concelhia do Bloco de Esquerda da cidade do Porto aprovou esta sexta-feira por expressiva maioria (76% favor, 17% contra, 7% em branco), o nome de João Semedo como candidato à Câmara Municipal do Porto. João Teixeira Lopes foi o nome indicado para encabeçar a lista à Assembleia Municipal. Na próxima segunda-feira, a Coordenadora Distrital do Porto irá ratificar os primeiros nomes da candidatura.

O ex-coordenador do Bloco e cabeça-de-lista pelo distrito do Porto nas eleições legislativas de 2009 e 2011, assume-se como “candidato da esquerda socialista, empenhado em mobilizar uma alternativa alargada e popular em torno de um projeto de cidade para todos, que não perca portuenses para ganhar turistas, que se mobilize para combater a pobreza e não viva apenas para o negócio especulativo e o lucro fácil, uma cidade que se abra e modernize mas sem perder a sua identidade”.

Depois de Rui Moreira ter recebido o apoio de CDS, PS e de alguns sectores do PSD, a “candidatura do Bloco de Esquerda será o espaço de confluência natural daqueles que não se revêem num projecto onde cabe tudo e o seu contrário”, afirmou João Semedo, que continuou a ter uma participação política e cidadã ativa na cidade e no país desde que abandonou o parlamento, em 2015, devido a uma doença grave da qual, entretanto, se restabeleceu.

João Semedo reside no Porto desde 1978, onde exerceu como médico. Foi presidente do Conselho de Administração do Hospital Joaquim Urbano, entre 2000 e 2006, unidade do SNS especializada em doenças respiratórias e infecciosas, totalmente remodelada e modernizada durante o mandato da sua equipa. Em diferentes anos, integrou a direcção do FITEI e da cooperativa artística Árvore.

Nos seus três mandatos como deputado e, posteriormente, como coordenador do Bloco, protagonizou um combate intenso em defesa dos serviços públicos, com especial empenho no SNS, pela transparência na vida pública e contra promiscuidade entre os negócios e a política, tendo desempenhado um papel determinante nos inquéritos parlamentares realizados, primeiro, às fraudes no BPN e, depois, ao negócio da sua venda a capitais angolanos pelo governo de Passos e Portas.

Foi autor de diversos projetos-lei de cuja aprovação resultaram, entre outros, o testamento vital, a prescrição de genéricos, o estatuto do dador de sangue, a carta de direitos dos utentes e os tempos de espera no SNS.

Protagonista indispensável no combate à troika e à política austeritária, foi um dos impulsionadores do Congresso das Alternativas e promoveu, juntamente com Mário Soares e outros, os Encontros da Aula Magna em que se reuniram as esquerdas “Contra a austeridade” e em defesa da “Constituição, da Democracia e do Estado Social”.

É um dos fundadores do Movimento Cívico para a Despenalização da Morte Assistida.