
"Este é o tempo de valorizar quem vive do seu trabalho" Catarina Martins no debate com o primeiro-ministro sublinhou que o país mudou com o “acordo para parar o empobrecimento”. A coordenadora bloquista falou também sobre a regularização dos professores contratados, dos despedimentos na PT e na Efacec e da central nuclear de Almaraz. 23 de Maio, 2017 - 18:00h
“O país mudou”
Na sua primeira intervenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda centrou a sua intervenção na saída do procedimento por défice excessivo, salientando que “este é o tempo de valorizar quem vive do seu trabalho”.
Catarina Martins lembrou que “a direita mandou emigrar os mais jovens, chamou peste grisalha aos mais velhos e garantiu ao país e ao mundo que Portugal estava fadado para ser um país pobre”.
“Felizmente, houve todo um país que não se resignou, que não aceitou o empobrecimento como regra única e exigiu uma mudança”, realçou a deputada e apontou: “o país mudou e há hoje um acordo à esquerda, um acordo para parar o empobrecimento. Essa é a diferença, é a responsabilidade e é também a força da esquerda neste parlamento”.
Referindo “como são difíceis os passos para parar o empobrecimento neste país” e destacando “como a Europa atacou cada um desses passos”, Catarina Martins afirmou: “hoje, que esses passos se revelam certos, é o momento de menos chantagem europeia e mais coragem nos passos que podem tirar Portugal do empobrecimento”.
A coordenadora bloquista sublinhou então que o “Bloco tem projetos de lei” para revogar as leis que cortaram salários, lembrando que os salários sofreram cortes de 30%.
“Não esquecemos que há 2 milhões e 600 mil pessoas em pobreza. É com estas que se tem de acertar as contas”, afirmou Catarina Martins sublinhando a necessidade de mais emprego, salário e justiça fiscal.
“Há uma parte iníqua de exclusão que são os professores contratados”
A coordenadora do Bloco de Esquerda falou da importância do acordo para vincular precários na administração pública e lembrou a situação dos professores contratados.
“Há uma parte iníqua de exclusão, que são os professores contratados”, afirmou, considerando que a vinculação de pouco mais de 3 mil professores contratados é muito pouco e não é aceitável.
“O que pergunto é se o governo está disponível para um processo de vinculação que permita fazer justiça a estes milhares de professores contratados e não se fique pelos simbólicos 3.400”, questionou Catarina Martins, sublinhando que as escolas e os professores “merecem mais”.
Após a resposta do primeiro-ministro, a deputada registou a “convergência no diagnóstico” e lembrou a necessidade de diminuir o número de alunos por turma, “o que exige mais professores e não menos”.
“Na cimeira com o Estado espanhol não é possível não falar da central nuclear de Almaraz”
António Costa já tinha afirmado no plenário que o governo não irá admitir que a Altice despeça três mil pessoas na PT e Catarina Martins questionou-o sobre a Efacec, que “está em condições semelhantes” e pretende despedir quase 500 trabalhadores.
Por fim, Catarina Martins questionou o primeiro-ministro sobre a cimeira com Espanha e a central nuclear de Almaraz, afirmando: “Na cimeira com o Estado espanhol não é possível não falar da central nuclear de Almaraz”.