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Almaraz: deixa-nos em paz

Almaraz: Bloco quer plano de emergência contra incidentes Bloquistas recomendam a criação de um plano de emergência para responder a incidentes na central nuclear de Almaraz. 5 de Janeiro, 2017 - 22:35h

 

Num Projeto de Resolução, o grupo parlamentar do Bloco relembra que a central nuclear de Almaraz está situada a 100 quilómetros da fronteira de Portugal e que os dois reatores nucleares que entraram em funcionamento em 1981 e 1983, são dos mais envelhecidos do Estado espanhol, o que levanta preocupações legítimas se se tiver em conta os vários incidentes ali registados. “A Assembleia da República aprovou a Resolução n.º 107/2016, de 14 de junho que recomenda ao Governo que intervenha junto do Governo espanhol no sentido de proceder ao encerramento da central nuclear de Almaraz”, pode ler-se no documento, que faz ainda referência ao facto de “a aprovação das propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo partido Pessoas-Animais-Natureza alterou a posição do Estado Português perante a central nuclear, no entanto sem resultados visíveis”. O documento dos bloquistas sublinha ainda que recentemente, o Estado espanhol deu parecer favorável ao pedido de construção de um armazém temporário individualizado em Almaraz, com o objetivo de guardar o combustível usado pelos reatores até que existam condições para a sua trasladação para o armazém Temporário Central de resíduos previsto para Vilar de Canas (Cuenca). Recorde-se que esta decisão, levou já a que ambientalistas espanhóis e portugueses tenham convocado uma concentração para o próximo dia 12 de janeiro, às 18 horas, junto ao consulado de Espanha, em Lisboa, e também à realização de uma conferência internacional que terá lugar a 4 de fevereiro na Fábrica de Braço de Prata, em Lisboa. De acordo com o documento dos bloquistas, a decisão do governo espanhol em dar luz verde à construção do armazém de resíduos “é demonstrativa da sua política de extensão do prazo de vida de Almaraz e também que os esforços do governo português para uma solução bilateral não estão a resultar”. Múltiplas falhas de segurança O documento faz menção a uma série de alertas relacionados com problemas de segurança na central nuclear, nomeadamente um estudo europeu da Greenpeace datado de 2015 sobre a aplicação dos mínimos de segurança estabelecidos após o acidente ocorrido Fukushima, no Japão, em 2011, o que levou aquela organização a concluir que “Almaraz não é segura e não se deveria permitir a manutenção da sua atividade”. Perante estes factos, os bloquistas sublinham que a central espanhola é apresentada pela Greenpeace como um “ caso extremo” não cumprindo pontos essenciais uma vez que já não tem válvulas de segurança e sistemas de ventilação filtrada para prevenir uma explosão de hidrogénio como o ocorrido em Fukushima. Além disso, prossegue o documento, “não tem um sistema eficaz para contenção da radioatividade em caso de acidente grave e também não tem avaliação de riscos naturais não estando sequer prevista a implantação de um escape alternativo para calor”. Esta realidade leva a que os bloquistas proponham que o Parlamento recomende ao Governo a criação de um plano de emergência para responder a incidentes que possam vir a ocorrer em Almaraz. Refira-se ainda que a Assembleia da República aprovará por unanimidade nesta sexta-feira um voto de condenação do Estado espanhol apresentado pelo PEV. Artigos relacionados: Almaraz: Ambientalistas convocam protesto para dia 12 junto ao consulado de Espanha Almaraz: "É hora de recorrer às instâncias internacionais" Meteorologista Costa Alves alerta para necessidade de criar plano de emergência nuclear Anexo Tamanho PDF icon Projeto de Resolução do Bloco 62.46 KB Termos relacionados Almaraz - ameaça nuclear, Ambiente Versão de impressãoVersão de impressãoVersão PDFVersão PDF Tweet Widget Adicionar novo comentário O seu nome * Email * O conteúdo deste campo é privado e não irá ser exibido publicamente. Página Pessoal Assunto Comentário *