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Alemães pagaram dívida em 67 anos

Governo não quer reestruturar a dívida para não perder “a sua arma de chantagem”

 

A deputada bloquista Mariana Mortágua defendeu esta segunda-feira que não há qualquer dado positivo nos resultados da execução orçamental divulgados, destacando que o défice e a dívida estão piores que em 2011 apesar da austeridade.

31 de Março, 2014

“Não há nenhum dado positivo a reter. Como é que é possível retirar alguma consequência positiva, alguma avaliação positiva, de 14 mil milhões de austeridade que provocam o aumento do défice e o aumento da dívida? A dívida aumentou desde 2011 mais do dobro do que a própria austeridade”, sublinhou a deputada, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

A dirigente do Bloco destacou que o Governo PSD/CDS-PP impôs, desde 2011, um total de 14 mil milhões de euros de austeridade em “mais impostos, menos salários e menos pensões”.

“No mesmo período, o défice está 800 milhões de euros mais alto e a dívida está 30 mil milhões mais alta", acrescentou, observando que é a dívida mais alta “desde que há registo, em 1880”, disse.

Apesar disso, acrescentou, “os dados da pobreza são os piores dos últimos anos, o desemprego está pior que em 2011, produz-se menos que em 2011, temos mais emigração que em 2011”.

“Os dados muito claros, mais austeridade mas ao mesmo tempo mais défice e mais dívida. Os sacrifícios que os portugueses fizeram não têm outro resultado que não o empobrecimento generalizado do país”, considerou.

Para a deputada bloquista, a razão pela qual o Governo não quer reestruturar a dívida “é porque se o fizesse perdia a sua arma de chantagem”, para “conseguir mais políticas der austeridade, mais pobreza e menos direitos”.

O INE divulgou esta segunda-feira que o défice orçamental se fixou em 4,9 por cento do Produto Interno Bruto em 2013, ascendendo aos 8.121,7 milhões de euros, ficando abaixo do valor inscrito no Orçamento do Estado para 2014, que apontava para um défice de 5,9 por cento em 2013.

O défice ficou também abaixo da meta com que Portugal se comprometeu com a troika - composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu - de 5,5% para o conjunto de 2013.

 

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