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“É preciso começar a agir já sobre as áreas que arderam”

“É preciso começar a agir já sobre as áreas que arderam” Catarina Martins lamentou a morte de um piloto de helicóptero que estava a combater incêndios no distrito de Viseu. A coordenadora do Bloco destacou que é preciso começar a agir na área ardida, para evitar desgraças futuras. 20 de Agosto, 2017 - 20:55h

“Hoje é um dia particularmente trágico. Houve um piloto que perdeu a vida no combate aos incêndios e a nossa preocupação é lamentar esta tragédia e enviar as condolências à família e aos amigos do piloto que faleceu”, declarou a coordenadora do Bloco de Esquerda numa visita à Feira de São Mateus, em Viseu, que teve lugar este domingo.

Catarina Martins sublinhou que os “os bombeiros, a Proteção Civil, todas as forças envolvidas têm tido um trabalho extraordinário nos últimos tempos”.

A coordenadora do Bloco lembrou que o país está a viver um “verão complicado” no combate aos incêndios. “A prioridade, neste momento, é combater os incêndios, é apoiar os bombeiros, as forças da Proteção Civil e as populações que estão no terreno a combater os fogos. Apoiar as populações que foram vítimas, seguramente, e apurar também tudo o que está a acontecer e compreender que para, lá das causas naturais, há outras causas que devem ser apuradas”, disse a deputada do Bloco.

A coordenadora bloquista insistiu que é essencial iniciar um trabalho para além do combate aos incêndios, pois “vamos ter um problema imenso no país com a quantidade de zona ardida”, que é “seguramente a maior desta década”, e que levará “à erosão dos terrenos”.

“Neste momento, é preciso, para lá do combate aos incêndios, começar já a agir sobre os terrenos que já arderam para evitar maiores desgraças a seguir”, realçou a líder do Bloco.

“É preciso uma cultura de segurança e de prevenção que não existe”

Catarina Martins referiu ainda que é preciso atuar em diferentes planos, por forma a prevenir o flagelo dos incêndios, que atinge o país todos os anos.

A deputada do Bloco propôs um debate sobre “uma cultura de segurança, que não existe em Portugal e uma cultura também de responsabilização, de retirar de consequências, que tem faltado”. Frisou ainda que há “uma responsabilidade política enorme sobre o abandono do território, o abandono da floresta”, que é preciso ter “outras políticas para o ordenamento florestal, para que a floresta não esteja abandonada, que seja economicamente produtiva, mas que seja, também, um serviço ecológico.”

Catarina Martins alertou ainda que “se não avançarmos com propostas tão essenciais como a gestão coletiva da floresta”, que faltou aprovar no pacote legislativo relativo à reforma florestal, “vamos continuar a arder”.

“Um país abandonado com eucalipto e mancha contínua, como tem neste momento, e com as alterações climáticas, que vão ter fenómenos extremos, como os que estamos a viver com mais frequência, se não ordena a sua floresta, se não previne, bem, nunca, nunca vamos acabar com esta saga dos incêndios” apontou a coordenadora do Bloco de Esquerda.