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Pelas nossas vidas e nossa dignidade

PELAS NOSSAS VIDAS E NOSSA DIGNIDADE

 

Acredito, e é preciso, que sábado dia 1 de Fevereiro de 2014 desfile nas ruas de várias cidades portuguesas, milhares de jovens que, desde que nasceram, ainda não tiveram a simples oportunidade de experimentar um emprego.

Acredito, e é preciso, que desfilem nas ruas milhares de outros jovens, que desde que começaram a trabalhar, não conseguem sair da precariedade do emprego que se abate sobre eles limitando-os em todos os seus direitos enquanto cidadãos e trabalhadores.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas todos estes precários e muitos outros que, embora trabalhando e com emprego dito estável, de estável pouco têm devido às leis que vão sendo vomitadas pelo governo da troika e dos donos de Portugal.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas muitos dos700 mil precários inscritos no IEFP, tenham eles ou não subsídio de desemprego.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas milhares de cidadãos, para gritar a sua revolta contida que após uma vida de trabalho e sacrifício, só conseguiram amealhar sofrimento, doença e miséria para além de receios constantes de ficar sem o emprego.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas milhares de funcionários Públicos que foram atraídos e enganados para um emprego que lhes garantiram ao longo de uma vida que seria estável, mas que afinal é tão precário como os precários capitalistas.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas milhares de cidadãos imigrantes, legais ou ilegais, porque a precariedade é igual para todos.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas cidadãos que se revoltam por serem tratados como números, como se não tivessem vida, como se não tivessem sonhos, como se não tivessem família, como se não tivessem cidadania, como se não tivessem afectos, como se não tivessem idade, como se não tivessem pensamentos como se não tivessem direitos.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas milhares de vítimas da pobreza, contrários da riqueza e opulência dos donos de Portugal.

Acredito, e é preciso, que se manifestem nas ruas muitos milhares de cidadãos sofridos, cansados de serem explorados e dominados pelos vis interesses dos donos de Portugal e dos seus serviçais, instalados nos vários e sucessivos governos pós 25 de Abril.

Acredito, e é preciso, que sejamos muitos milhares que nas ruas de Portugal, já no dia 1 de Fevereiro de 2014, gritemos a plenos pulmões que estamos fartos das vidas de miséria, queremos manter a nossa dignidade e queremos ser donos das nossas vidas enquanto cidadãos de corpo inteiro.

Acredito, e é preciso, que as Manifestações de dia 1 de Fevereiro de 2014 sejam mais um passo para o afastamento do governo da austeridade e alcançar NOVOS TEMPOS E NOVAS VONTADES EM eleições legislativas antecipadas

Disse o cantor “Anda, vamos embora, que o esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”

Francisco Tomás