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Razões para uma candidatura

“É impossível um homem aprender aquilo que ele acha que sabe” , afirmou Epicteto , um filósofo da Roma Antiga.

É esta a primeira razão da minha candidatura, aceitar que sei muito menos daquilo que penso e estar disposto a aprender tudo aquilo que pensava saber.

Candidato-me para ajudar o Bloco de Esquerda a construir um projecto político alternativo para o Seixal.

Candidato-me principalmente para servir o bem comum.

E candidato-me tentando estar à altura da frase emblemática do padre Max “ servir o povo e nunca se servir dele”.

Vivemos a mais grave crise económica e social desde o 25 de Abril. O governo PSD/CDS é um governo de fanáticos que atira para o desemprego todos os dias centenas de trabalhadores levando ao empobrecimento a maioria da população.

As próximas eleições autárquicas serão uma oportunidade e uma responsabilidade para mobilizar os cidadãos e cidadãs para infligir ao governo e aos partidos que o sustentam uma pesada derrota.

Não nos enganamos nos alvos. O nosso combate primordial é contra o governo.

Mas combateremos igualmente as politicas da maioria CDU que governo o Seixal e que agravam as condições de vida dos e das munícipes (aumento do IMI, empréstimos de 40 milhões para pagar dívidas, milhões pagos anualmente em rendas dos edifícios centrais e operacionais).

 Defendemos um aprofundamento da democracia local que só será possível com maior participação dos munícipes e com maior transparência na gestão dos dinheiros públicos.

O Bloco defende o uso do referendo local quando as decisões a tomar são de especial importância para a vida dos e das munícipes. Foi por isso que defendemos a realização do referendo local para o povo decidir a sua posição sobre a extinção das freguesias. Todos os partidos, PCP, PS, PSD e CDS votaram contra a realização de tal referendo.

 O Bloco continua empenhado na defesa da manutenção das seis freguesias.

Defendemos que o boletim municipal deve ter um espaço onde os diversos partidos, instituições e associações locais exprimam livremente as suas opiniões. O boletim municipal não respeita nem informa das opiniões dos diversos partidos mesmo quando se trata da discussão dos Orçamentos, Relatórios de Actividade. Só informa a posição da maioria.

No nosso concelho a participação dos cidadãos na vida municipal é quase inexistente. Não participam nas assembleias de freguesia, na assembleia municipal nem nas reuniões públicas da câmara. Mesmo nos fóruns promovidos pelo executivo municipal a participação dos cidadãos é meramente formal. Tais fóruns têm servido para os diversos órgãos autárquicos apresentarem propostas acabadas e não para um debate aberto.

Precisamos de inventar propostas inovadoras que potenciem a participação das e dos munícipes da vida local.

Oito em cada dez idosos têm uma pensão mensal inferior a 407 euros, insuficiente para pagar as contas. O dinheiro não chega para tudo depois de pagar casa e alimentos, pouco sobra, até para os remédios.

Só estes dados constantes de um estudo encomendado pelo Conselho Económico e Social, dão uma ideia da importância estratégica de implementar programas de resposta à emergência social.

A situação de emergência obriga também as autarquias a dar novas respostas sociais às necessidades das pessoas. As prioridades de investimento têm que ser outras, porque as prioridades devem ser sempre as pessoas e não as infraestruturas.

Este país e este concelho têm que ser para todos e todas.

Poe último a nossa luta é também pela dignificação da política e pela afirmação de que as políticas e os políticos não são todos iguais.

Uma das mais nefastas doenças da democracia é a indiferença. A indiferença perante o sofrimento e as necessidades dos outros é um preocupante sinal de doença das sociedades ditas modernas.

O salva-se quem puder afunda-nos a todas e todos.

Construamos então um barco onde todos e todas tenhamos lugar.

VIVA O BLOCO DE ESQUERDA